Maio é um mês que, naturalmente, nos faz falar sobre maternidade — mas hoje quero propor um olhar diferente: e se, além de celebração, a maternidade fosse reconhecida como um verdadeiro catalisador de crescimento profissional?
Não estou falando apenas de apoio emocional (que é essencial), de campanhas em datas comemorativas ou de benefícios corporativos. Quero falar sobre reconhecimento real. Sobre enxergar que a experiência da maternidade desenvolve, na prática, competências que estão entre as mais desejadas no mercado de trabalho: gestão de tempo, priorização, foco em solução, empatia, resiliência, e uma liderança mais humana.
É curioso perceber como ainda se fala da licença-maternidade como um “tempo parado”. Mas se tem algo que uma mulher não fica durante esse período… é parada. Pelo contrário: ela cresce. E cresce muito. Cresce de um jeito que faculdade nenhuma seria capaz de ensinar. Aprende a tomar decisões rápidas com responsabilidade, a lidar com a frustração de que nem todos os dias são iguais — e mesmo assim seguir em frente —, a conduzir rotinas complexas com propósito e afeto.
Mulheres que voltam ao trabalho após a maternidade não voltam como eram antes — e isso é uma grande vantagem. Elas voltam mais fortes, mais preparadas, com habilidades que foram refinadas na experiência real, cotidiana, intensa. Aprendem, na prática, a priorizar o que importa e a manter o equilíbrio mesmo em meio ao caos.
Não sei se falo isso com mais clareza por não ser mãe, mas talvez por estar de fora eu consiga enxergar com ainda mais admiração: vejo mulheres incríveis se transformando, se ampliando, se redescobrindo. E sinto que o mundo corporativo ainda insiste em ver a maternidade como um desafio a ser “administrado”, quando na verdade está diante de uma potência que deveria ser celebrada e cultivada como diferencial competitivo.
As empresas que já entenderam isso vão além dos discursos. Constroem culturas mais humanas, ambientes mais inovadores e performáticos. Conseguem reter talentos, fortalecer sua marca empregadora e, principalmente, evoluir.
Mas a pergunta que fica é: estamos realmente preparados?
Quantas empresas têm políticas que estimulam o desenvolvimento de mulheres mães — e não apenas sua permanência? Quantos líderes sabem reconhecer, de verdade, a potência que nasce junto com a maternidade?
Neste mês de maio, fica meu convite: que a gente pare de olhar a maternidade como um intervalo na carreira, e comece a enxergá-la como um MBA intensivo em competências humanas. Porque quando uma mulher se torna mãe, ela não se afasta da sua carreira — ela se expande nela.
Reconhecer a potência da maternidade é reconhecer, de fato, a potência do futuro.